Fossa séptica: Saiba como funciona e como fazer a manutenção

A fossa séptica é um dos sistemas mais utilizados no Brasil para tratar o esgoto doméstico em locais onde não existe rede pública de coleta. Ela desempenha um papel essencial na proteção do meio ambiente e da saúde da população. 

Mas, para funcionar de maneira correta, ela precisa ser instalada seguindo normas técnicas, ter manutenção periódica e, em muitos casos, contar com soluções complementares de tratamento. 

Neste artigo, vamos explicar em detalhes como funciona a fossa séptica, suas limitações e os cuidados necessários para garantir que ela cumpra sua função de forma eficiente e segura.

Vamos lá!

O que é uma fossa séptica?

A fossa séptica é um tanque subterrâneo que recebe o esgoto doméstico, separando a parte sólida da líquida por meio de processos físicos e biológicos. Sua principal função é promover o tratamento primário do esgoto, reduzindo a carga orgânica antes que ele siga para outras etapas de tratamento ou seja lançado no solo.

É importante destacar que a fossa séptica não é uma solução final para o esgoto. Ela deve ser vista como a primeira barreira de proteção ambiental. Segundo a NBR 17076/2024, seu uso tem limitações claras e precisa ser complementado com outras soluções, como filtros anaeróbios e sistemas de disposição final adequados.

Como funciona a fossa séptica?

O funcionamento da fossa séptica se baseia em processos simples, mas eficientes. Quando o esgoto chega ao tanque:

  1. Os sólidos mais pesados se depositam no fundo, formando o lodo.
  2. As gorduras e materiais mais leves ficam na superfície, formando a escuma.
  3. O líquido parcialmente tratado permanece no meio, seguindo para o próximo estágio de tratamento em um fluxo hidráulico horizontal.

Dentro da fossa séptica, ocorre a ação de bactérias anaeróbias, que ajudam na decomposição da matéria orgânica. Esse processo reduz o volume do lodo e melhora a qualidade do efluente, mas não elimina completamente agentes patogênicos ou nutrientes. Por ocorrer em fluxo horizontal a ação de digestão não é tão eficiente como em sistemas de tratamento de fluxo ascendente. Por isso, o sistema precisa ser complementado.

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Diferenças entre fossa séptica e fossa rudimentar

Muitas pessoas confundem a fossa séptica com a chamada fossa rudimentar, antigamente chamada de fossa negra, mas elas têm diferenças fundamentais:

  • Fossa rudimentar: é apenas um buraco no solo, permeável, onde o esgoto é despejado sem nenhum tipo de tratamento. É perigosa, contamina o solo e o lençol freático e não é regulamentada.
  • Fossa séptica: é um sistema construído de acordo com normas técnicas, em uma estrutura impermeabilizada, projetado para reduzir a carga poluidora do esgoto antes de tratamento complementar e subsequente disposição do efluente tratado para infiltração no solo.

A fossa rudimentar representa risco grave à saúde pública e ao meio ambiente, enquanto a fossa séptica é uma solução sanitária adequada quando bem dimensionada e mantida.

Tipos de fossa séptica

Existem diferentes modelos de fossa séptica, e a escolha depende do orçamento, cronograma de obra, disponibilidade de mão de obra e equipamentos de instalação e das condições do solo. Os principais tipos são:

  • Fossa de anéis de concreto: bastante comum em áreas rurais, é resistente, mas exige cuidado com a impermeabilização nas juntas para evitar infiltrações e vazamentos. Costuma ter uma instalação mais complexa por serem peças de grandes dimensões e peso, mas são relativamente rápidas nas suas instalações.
  • Fossa de plástico (PRFV ou PEAD): são pré-moldadas, leves, fáceis de instalar e com boa vedação. Representam uma opção prática, ágil, segura  e eficiente.
  • Fossa de alvenaria: feita no local com tijolos ou blocos, é acessível em termos de custo, mas requer atenção redobrada para evitar vazamentos. Geralmente são mais suscetíveis à movimentação do solo e por isso costumam apresentar trincas e pontos de vazamento. Exigem manutenção constante para manter sua impermeabilidade. Em geral é a mais lenta para se fazer a instalação.

Cada modelo tem vantagens e limitações, e a escolha deve considerar a durabilidade, a facilidade de manutenção e a conformidade com a NBR 17076.

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Pontos de atenção na instalação da fossa séptica

A instalação correta da fossa séptica é determinante para seu bom funcionamento. Alguns pontos de atenção fundamentais são:

  • Impermeabilização: garante que não haja vazamento de efluentes para o solo, protegendo o solo e lençol freático.
  • Dimensionamento: o volume da fossa deve estar de acordo com o número de pessoas atendidas pela residência, sua contribuição e periodicidade de limpezas. Uma fossa pequena demais enche rapidamente e perde eficiência.
  • Localização: deve ser instalada em área acessível para limpeza, longe de poços artesianos e cursos d’água, fundações e árvores com raízes profundas.

Ignorar esses cuidados compromete não só a eficiência do sistema, mas também a saúde da comunidade ao redor.

Limites de aplicação da fossa séptica

De acordo com a NBR 17076, a fossa séptica deve ser usada apenas como tratamento primário, ou seja, uma etapa inicial. Ela não é capaz de eliminar totalmente contaminantes químicos ou biológicos.

Isso significa que não se pode utilizar a fossa séptica isoladamente em locais onde há grande concentração de pessoas, como condomínios, hotéis ou áreas urbanas densas. Nestes casos, é obrigatório usar sistemas de tratamento complementar antes da disposição final do esgoto.Leia também | Multa de esgoto irregular: como evitar?

Como fazer a limpeza e a manutenção da fossa séptica

A manutenção da fossa séptica é um aspecto que muitas vezes é negligenciado. O ideal é que a limpeza seja realizada a cada 1 pelo menos. Essa periodicidade é considerada no projeto de dimensionamento do sistema junto com o tamanho do tanque,a quantidade de pessoas e os tipos de usos/contribuições do sistema.

O processo deve ser feito por empresas especializadas em limpeza de fossas, que retiram o lodo acumulado e fazem a destinação correta dos resíduos.

Além disso, alguns cuidados ajudam a prolongar a vida útil do sistema:

  • Evite jogar óleo de cozinha, absorventes, plásticos e outros materiais não biodegradáveis no ralo para não entupir o esgoto.
  • Monitore sinais de mau cheiro ou escoamento lento nos vasos sanitários, pois podem indicar acúmulo excessivo de lodo.

Ainda em relação ao mau cheiro que pode ser gerado na fossa séptica, a Aquarela Eco desenvolveu o Bob Filtro, um filtro de gases com carvão ativado, desenvolvido especialmente para eliminar os odores desagradáveis que saem de fossas, biodigestores e redes de esgoto. 

Ele é fabricado em polietileno de alta qualidade, garantindo alta resistência, durabilidade e eficiência, mesmo exposto ao tempo.

Como comprar uma fossa séptica de qualidade

Ao comprar uma fossa séptica, é importante verificar se ela segue as normas da ABNT e se o fornecedor é confiável. Além disso, deve-se avaliar o material, a capacidade de armazenamento e a facilidade de instalação.

Investir em uma fossa séptica de qualidade não é gasto, mas sim um investimento em saúde, sustentabilidade e tranquilidade para a família.

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Qual a diferença entre fossa séptica e sumidouro?

A fossa séptica trata o esgoto, enquanto o sumidouro é usado apenas para infiltrar o efluente tratado no solo.

Recomenda-se a cada 1 a 3 anos, dependendo da quantidade de pessoas na residência e do volume do sistema.

Não. A análise do solo é fundamental, pois terrenos encharcados ou próximos a lençóis freáticos podem inviabilizar a instalação.

Não. Ela reduz a carga poluidora, mas precisa de tratamento complementar para garantir a segurança ambiental.

É a NBR 17076, que define critérios de dimensionamento, instalação e limites de uso do sistema.

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